domingo, novembro 30, 2003

Você tem a faca, o queijo e o meu coração nas mãos.

quinta-feira, novembro 27, 2003

- A primeira bronca no trabalho a gente nunca esquece: a chefe nº 1 veio me dizer que eu disse uma coisa pra um cliente que eu não disse. Uma merda daquelas. E adiantou dizer que não, eu não falei nada daquilo? Pffffff.

- Isso não é brincadeira: pus os pés pra fora do prédio em que eu trabalho e a chuva começou a cair. Chuva que eu adoraria tomar se meus pés não estivessem doendo tanto. Entrei numa lojinha, aquelas fashions da Vila pra comprar um guarda-chuva. Quarenta e oito reais. Cheguei em casa ensopada.

- Terminei de ler As confissões do Frei Abóbora, do MESTRE José Mauro de Vasconcelos. Me dói o coração saber que esse cara é praticamente um desconhecido no Brasil. O livro é incrível, conta a história de um homem sem nome que já passou por tudo na vida, desde estupro de padre até uma missão no Xingu, que foi modelo-vivo e vendedor de bilhetes de loteria. Mostra a relação de amor e ódio desse homem com Deus (que não é frei porcaria nenhuma), além da história de amor mais fodona que eu já vi na literatura. Sem ser piegas, realista ao extremo, que faz derramar lagriminhas em qualquer ser humano que conheça o bê-a-bá. O livro, de 1965, tem uma das melhores personagens que eu já conheci: a prostituta Turga, além da Zefinêta B, uma lagartixa.

- E claro, tem o Harry Potter. Comprei o livro e ganhei uma varinha.

- Meus amigos, na última semana, têm tido uma paciência absurda com a garota insegura aqui. Apesar de não ter motivo nenhum pra isso. Não tem, né gente?. E eu não vou dizer o que está se passando aqui dentro. Não vou.

- E mais mil coisas...

domingo, novembro 23, 2003

Chegou a hora de começar tudo de novo.

De se jogar.

De se arriscar.

De sentir medo e frio na barriga.

Rir como se fosse uma criança.

Torcer pra esse telefone tocar logo de uma vez.

Desejar estar em qualquer lugar, mas não acompanhada de qualquer um.

Tá na hora, tá na hora.

Vamos começar tudo outra vez.

sábado, novembro 22, 2003

Então hoje, agora há pouquinho, voltamos pro nosso lugar, aquele que nunca devíamos ter saído mas, fazer o que, regra é regra e time que joga mal tem mais é que descer mesmo.

Redimimo-nos, decentemente, do desastroso ano de 2002, o pior de nossa história.

Mas virada de mesa o caramba: segunda divisão esse ano, porque mereceu. Então jogamos e fizemos bonito e fomos o melhor ataque e campeões por antecipação.

Cagada consertada, estendam os tapetes vermelhos. É a redenção:

Palmeiras, bem-vindos de volta pra casa, a primeira divisão.

quinta-feira, novembro 20, 2003

Se eu naufragar, será em mar aberto.

Trabalhar com assessoria de imprensa é complicado. É ligar pra um monte de gente, ouvir umas respostas esdrúxulas, esquecer da vida e ficar trocando idéia com gente de Belo Horizonte (já disse que eu amo Belo Horizonte? Então.). Entender que não adianta: chefes não tem noção nenhuma e que eu deveria ser chefe por isso.

Mas aí você conhece gente legal também. Trabalha no lugar mais legal de São Paulo com vista direta para o passado. Que mesmo que você não olhe mais pra ele ele sempre vai estar ali, tentando puxar o teu pé. Mas você aprende a passar reto e subir a ladeira gigante e pegar o metrô.

Amanhã vai ser um dia legal. Uma noite legal. Eu sei disso mesmo que a minha total insegurança me diga que não.

Frio na barriga bom se sentir, saber que amanhã, no meio de tanta gente, vai ter alguém procurando por mim.

terça-feira, novembro 18, 2003

Vocês não sabem, mas têm coisas estranhas acontecendo aqui desse lado da tela.

segunda-feira, novembro 17, 2003

Foi o terceiro primeiro dia de trabalho só esse ano. Aquela coisa esquisita, uma sensação de estar sendo observada, o primeiro release desenvolvido em 22 anos que sofreu poucas alterações.

Uma reação estranha da chefe, mas é chefe então não é estranho.

Fazer aula de ginástica de salto alto não dá. Esqueci o tênis em casa e nada de academia.

Carne de soja é uma aberração da natureza. Que morra quem disser que gosta.

Hoje choveu muito. Era engraçado ver o sol tentando aparecer toda hora, uma pontinha de céu azul tentando aparecer. E raios, raios, raios. Eu gosto de trabalhar na Vila Madalena.

Eu gosto de ser inconstante.

Eu gosto das surpresas da vida, das noites de sábado. Eu gosto desse frio na barriga e de rir sem aparente explicação.

Eu gosto da poeira das prateleiras quando elas são obrigadas a se mexer.

domingo, novembro 16, 2003

Não tem mais o que discutir: novembro é o melhor mês do ano e ponto final.

...

quinta-feira, novembro 13, 2003

Nothing lasts forever even cold november rain

Foram só dois meses que passaram muito rápido e mudaram tanta coisa apesar disso. Em sessenta dias, encontrei um suposto emprego perfeito, com um chefe bacana e colegas de trabalho legais. Tomar tequila no escritório, ouvir música o dia inteiro, ver o trabalho de idéias brotarem da sua cabeça como um passe de mágica.

Sou errada, sou errante, sempre na estrada, sempre distante...

Mas como até os começos acabam, as coisas começaram a ficar esquisitas. O salário atrasou, quem era legal começou a nem dar bom-dia, começaram a aparecer cobranças de coisas que não foram pedidas. Pouco a pouco, as regalias foram cortadas: sem messenger ou icq, o rádio era desligado toda hora, toda hora alguém prestava atenção no que você estava fazendo no computador.

Sim, eu estou tão cansado, mas não pra dizer que eu não acredito mais em você.

Se o objetivo era aumentar o ritmo de trabalho, pelo menos comigo o resultado foi o oposto: como trabalhar legal cheia de contas pra pagar e levando patada atrás de patada?

Me diz o que você precisa pra evoluir? Me diz o que você precisa pra sair daí?

Não era pra ser assim, eu não sei trabalhar assim; tenho péssimo hábito de só trabalhar direito em ambientes tranquilos e sei que eu sou fodona assim. Mas, do jeito que estava, eu virei uma funcionária pública que queria que o dia acabasse pra ir pra academia logo e ir pra casa logo pra dormir logo e ficar triste na hora de acordar.

Um belo dia resolvi mudar e fazer tudo que eu queria fazer, me libertei daquela vida vulgar que eu levava estando junto a você

Dor-de-estômago à bessa, dor-de-cabeça, querer sumir. Muito cansaço. Então apareceu esse lugar, essa assessoria. E todo mundo sabe que eu nunca trabalhei com assessoria de imprensa mas eles, mesmo assim, disseram que meu texto é legal e me contrataram.

Pra que sofrer de nada é pra sempre? Pra que correr se nunca me vejo de frente?

Pedi demissão hoje no final da tarde.

Meu ex-chefe disse que iria me demitir, eu escutei os argumentos dele e ele ouviu os meus. Falei tudo, tudo que estava me irritando mesmo, o que eu achei que era invasão de privacidade e falta de respeito. Saiu, me aliviou.

I feeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeel goooooooooood

Acabou.

Saí de lá e fui beber com a Lara. Ri muito, ela e Flávia são as únicas coisas que vão me fazer falta de verdade agora que eu tou fora. Mas muita gente sabe que parar de trabalhar junto não é empecilho pra me fazer parar de ter contato.

Eu não desisto assim tão fácil, meu amor, das coisas que eu quero fazer e ainda não fiz. Na vida tudo sem seu preço e seu valor. Eu só quero nessa vida é ser feliz.

Enfim, segunda-feira começo a trabalhar no cruzamento mais fashion da Vila Madalena. Aquela coisa de se adaptar de novo, conhecer gente nova. Juntar dinheiro. Me mandar pro outro lado do Atlântico porque eu sei que as minhas coisas estão lá.

Recomeçar.

Nem por você, nem por ninguém eu me desfaço dos meus planos, quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos.

Pessoas de alma bem pequena, remoendo pequenos problemas, querendo sempre aquilo que não tem são aquelas que sentem imenso prazer, praticamente têm um orgasmo, quando já chegam estragando seu dia às 9 e meia da manhã.

quarta-feira, novembro 12, 2003

Eu ia falar de coisas fofas e legais e otimistas agora, mas desculpa. Estou com muito sono.

terça-feira, novembro 11, 2003

Vazia.
Esquisita.
Sozinha.
Perdida.

Estrangeira.

segunda-feira, novembro 10, 2003

Malas no chão

- Onde você esteve na semana passada?
- Estava longe, em outro lugar.
- E no final de semana?
- Também estava longe. Estava sol mas perto de você fazia frio.
- E hoje durante o dia?
- Eu estava vendo as flores, vendo Matrix.
- Eu te esperei todo esse tempo.
- ...
- Está rindo?
- Sim. Estou rindo de você.
- Eu não vejo graça em esperar você.
- Não precisa mais esperar. Já estou indo embora e não volto.
- Eu não acredito em você.
- Não acredite. Eu não me importo mais.
- Você sabe que você volta.
- Desculpe, meu amor, mas dessa vez é diferente.
- Quem é o cara que você quer pôr no meu lugar?
- Essa é a diferença: não tem ninguém. Ninguém me puxou pra longe de novo. Aliás, eu ainda estou perto de você mas o ângulo de visão mudou. Você saiu da minha frente e agora eu vi tudo o que eu deixei pra trás por causa de você e da doença que era viver de você. Viver esperando por você e por uma vida e por uma noite que nunca mais vai acontecer.
- Você sabe que se eu te tocar você muda de idéia.
- Agora não. Eu posso me alegrar em sentir seu gosto, aquele que eu sonhei tanto em sentir enquanto você se esquecia de mim nos braços de esquisitas, mas não basta. Cansou.
- Você nunca vai dizer que me esqueceu. Todo mundo sabe que não. Todo mundo sabe que eu sou um pedaço de você.
- Pedaços se soltam. Eu não amo mais você.
- ...
- ...
- E eu, como eu fico? Acabou mesmo?
- Você sempre precisou de mim apenas para saber que existia a incondicionalidade do amor. Ele é incondicional, mas eu não.
- Me liga qualquer dia desses. Vou gostar de ouvir teu nome e errar o nome da sua cidade.
- ...
- ...
- ...
- Você está aí?

(A porta já está fechada e as malas não estão mais aos pés de ninguém)











I am 53% evil.
Take the test :: koolplace.com



sábado, novembro 08, 2003

Desculpa, Tati, mas essa eu tenho que contar.

Então eu fui pra casa dela pra gente sair e tal. Ela tinha que levar a vó dela embora e eu fui junto. A vó dela pediu pra eu entrar pra conhecer a casa que foi reformada, e agora parece a casa da Barbie de tão fofa.

A Tatiana estava me mostrando então o banheiro, todo adaptado pra ela e tal. E de repente, não mais que de repente, o maluco:

A chave do carro caiu dentro do vaso sanitário.

Silêncio. Silêncio, e um monte de puta que pariu em seguida.

A vó, prática, queria colocar a mão lá pra tirar. Com um berro a gente diz que não. Começa então uma maratona pra tirar a maldita chave que ameaçava entrar literalmente pelo cano com uma coisa que eu não lembro o nome mas não ajudava em nada.

Eu já estava quase sentando no chão de tanto rir quando ela finalmente conseguiu tirar a chave de lá.

O mais engraçado é lembrar das duas no tanque enchendo a chave de VEJA porque não tinha alcóol lá e a Tati pegando a chave, mesmo depois da purificação, com aquela cara de desprezo. Um dia ela esquece isso.

Mas então eu tinha que contar da noite de ontem também, que a gente foi pra um lugar minha legal e muito caro e que lá tequila é 10 reais e sex on the beach é uma maravilha (em todos os sentidos), que eu dancei em cima do balcao do bar, que eu dormi de novo naquele mesmo sofá, que a Haruê é muito, mas muito legal, que rolou um barraco na hora da gente ir embora porque a Tati defendeu um menino que tomou uns tapas de um cara porque pediu um trocado e eu não entendia nada no começo mas aí eu estressei também e acabei dormindo e com dor no pescoço dentro do carro e acordei hoje às duas da tarde tendo certeza que era oito da manhã.

É isso.

quinta-feira, novembro 06, 2003

Saudade e alegria têm cheiro de caju.

terça-feira, novembro 04, 2003

A você eu dedico todas as histórias que não aconteceram por desistência minha, pela minha falta de paciência e a descoberta da antipatia na hora mais errada e mais rápida possível.

A você eu dedico todos os beijos e todas as loucuras cometidas sem um propósito real que não fosse esquecer você nem que fosse só por um segundo.

Dedico também todas as noites que, sozinha ou não, eu encontrei você escondido em outras vozes.

A você, eu dedico a certeza de que você é a minha maior tatuagem, e que por mais que eu esfregue, me esfole e até esconda, você sempre vai estar lá, quando eu tirar a máscara e me revelar uma derrotada que sempre tenta fugir, mas no final da noite ainda tem saudade de tão pouco.

A você, meu amor, eu dedico toda a minha solidão.

segunda-feira, novembro 03, 2003

Beijo não na boca nem na bochecha com a bochecha. Beijo no rosto, boca no rosto, de verdade. Sentir o cheiro de perto e ficar olhando de longe.

Sorrir por nada. Imaginar. Comemorar as coincidências, festejar o acaso.

Talvez isso seja só o começo. Talvez, também, não seja nada.

domingo, novembro 02, 2003

Essa é a melhor época do ano para que coisas boas comecem a acontecer.