terça-feira, setembro 28, 2004

Sobre limites, by Veríssimo

Não me lembro de título, diretor, nada. Era um filme italiano com o Mastroianni. Faz anos. O Mastroianni tinha uma obsessão: vivia enchendo balões até que arrebentasse. Precisava descobrir o ponto exato que antecedia a ruptura dos balões, o ponto exato em que um sopro, um hálito a mais faria o balão estourar na sua cara. E é claro que só descobria até onde podia soprar depois que o balão estourava na sua cara. O ponto exato que era o que antecedia o estouro, só podia ser descoberto quando não adiantava mais nada. Você só sabe até onde pode ir quando já foi.

segunda-feira, setembro 20, 2004

Minha casa nova é linda e meu risoto de espinafre é maravilhoso. O silêncio e a vista do apartamento me deixam feliz. Não posso abrir uma das portas do meu guarda-roupas senão ele cai. Ainda preciso de um edredon vermelho.

Controlar a grana, economizar mais do que nunca, desligar todas as luzes, ler muito. Em armário cheio de livros ótimos que eu nem sabia que existiam esperando por mim.

Eu poderia conseguir uma bolsa de pós-graduação, não? Aquele novo moço de olhos azuis poderia me dar bola. Uma semana que eu o vi pela última vez e aqueles olhos na minha mente. Olhos, boca, os cabelos, a barba. Imaginação daquela barba no meu pescoço. Adoro barba, quando já está grande, porque no dia seguinte eu prefiro um porco-espinho.

Débora, minha colega de apartamento, é uma pessoa ótima, divertida, também é jornalista e gosta de Cartola. Trabalha numa revista e, poxa, eu também queria trabalhar numa. Ela tem o meu tamanho e o móvel que eu trouxe na mudança que a deixou mais feliz foi uma escadinha de três degraus, pra gente poder alcançar as partes mais altas dos armários da cozinha.

Vou cortar meu cabelo, mas só quando houverem reais disponíveis para tal. em breve terei novamente telefone; internet e TV a Cabo, ninguém sabe. Regalias que o proletariado não pode conquistar imediatamente, sabe como é.

sexta-feira, setembro 17, 2004

Poucas coisas, além da atual conjuntura, podem me deixar tão feliz e nostálgica como um cartão postal vindo de longe de alguém tão querido ou aquelas fotos escondidas na gaveta, que te recolocam em momentinhos da sua vida em que você foi realmente feliz. Se felicidade são apenas momentos, sinta-se completa por ter havido uma máquina fotográfica ali, que flagrou aquele segundo em que tudo era perfeito, em que tudo fazia sentido.

Mudar sempre é bom, mas melhor ainda é ter um bom passado pra lembrar.

Estado de espírito

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quarta-feira, setembro 15, 2004

Updates

- A partir de sábado minha residência passa a ser no bairro do Jaguaré. Encontrei uma roomate bacana com um apartamento tão meigo que parece uma casa de bonecas. Estou feliz e cheia de providências pra tomar. Aceito presentes como um edredon de casal vermelho, canecas, canecas, canecas e pratos e outras coisas fofas para o lar de duas mulherzinhas.

- Caras de olhos azuis são a minha perdição e a coisa mais linda do mundo inteiro. Três deles praticamente me desmoralizaram e me fizeram ver estrelas. Espero que o quarto esteja a caminho.

- Só por hoje minha conta não está negativa no banco. Um dia de cada vez e ninguém enfarta sem dinheiro no final do mês.

- Descobri que meu último relacionamento acabou porque fui considerada AUTORITÁRIA por ter deixado um recado no celular da outra parte envolvida dizendo que eu queria vê-lo. Esqueça sentimento e envolvimento que isso não rolou da parte de ninguém: Ninguém tem obrigação de nada, principalmente de adivinhar o quão neurótico é o sujeito que esteve com você. Fontes confiáveis dizem que quem tem uma atitude como essa, de sumir pra todo o sempre por causa disso, é viado. E como as fontes são meus amigos homens, não vou discutir.

- Músicas do momento: Meu sangue ferve por você, To Zion e Start me up. Cheguei à conclusão de que todos os caras do mundo tinham que ser como o Rodrigo. Quem conheceu o Rodrigo e eu misturada nele sabe porquê. Saudades muitas dele.

Acho que é basicamente isso.

sexta-feira, setembro 10, 2004

Definições

Diversão de sexta-feira à tarde é ver chat-show com o Sidney Magal. O resto é besteira.

terça-feira, setembro 07, 2004

Eu perco o sono, choro, sei que quase desespero, mas não sei por quê.
A noite é muito longa, eu sou capaz de certas coisas que eu não quis fazer.
Será que alguma coisa nisso faz sentido?
A vida é sempre um risco, eu tenho medo do perigo.

Lágrimas e chuva molham o vidro da janela mas ninguém me vê.
O mundo é muito injusto, eu dou plantão dos meus problemas que eu quero esquecer.
Será que existe alguém ou algum motivo importante,
Que justifique a vida ou pelo menos esse instante?

Eu vou contando as horas e fico ouvindo passos
Quem sabe o fim da história de mil e uma noites de silêncio no meu quarto?

quarta-feira, setembro 01, 2004

O maior problema, eu diria con-tra-di-ção, quando as coisas dão errado e saem exatamente ao contrário do que eu planejei, é que, invariavelmente, a idéia primeira que me vem à cabeça é que tudo isso é uma forma da vida, do destino, que seja, me levar pro lugar mais óbvio pra mim: pra bem longe daqui.