sexta-feira, outubro 31, 2003

Diversão é você ir pra academia, fazer aula de body combat com o número dois, descobrir que uma aula de alongamento com ele é praticamente uma experiência erótica, ver o número um entrando insandecido na sala com uma máscara de DIABO e ficar pulando na TUA frente, depois descer pra sala de musculação e chamar ele de LÚCIFER (se eu não beijar essa boca com piercing eu morro frustrada), fazer o babai se locomover até Perdizes pra buscar a filha preguiçosa, parar no MILK MELLOW e ganhar em 40 minutos todas as calorias perdidas em uma semana, JOGANDO-SE em cima de uma lanche monstruoso e uma taça de sorvete DESTE TAMANHO e ASSIM Ó de cobertura.

Depois você lembra que tem gastrite mas foda-se: já é tarde demais.

Além de ser uma pessoa legal eu me divirto bastante também.

quinta-feira, outubro 30, 2003


É tudo o que eu tenho a dizer.

quarta-feira, outubro 29, 2003

Uma historinha bonitinha

Já vai fazer um ano que eu me formei. Passou tão rápido, já esqueci como eram algumas pessoas, o nome, o lugar em que elas sentavam na classe. Perdi o contato com grande parte daquelas pessoas.

Mas o que me deixava mais chateada era uma pessoa que eu não conversava mais. Ela era minha amiga, uma das melhores, super íntegra, inteligente, engraçada e batalhadora. Ela morava do outro lado da cidade, pegava milhões de ônibus pra chegar na faculdade e voltar pra casa e dormia 3, 4 horas por noite. Ralava pra caramba, ela.

Mas por causa dessas coisas da vida que não são culpa de ninguém e de todo mundo ao mesmo tempo, no final do último ano, nas vésperas do TCC, a gente teve uma briga feia. Uma falou coisas medonhas pra outra e no final das contas a gente nem se despediu nem comemorou juntas o nosso 10 no trabalho, o único da turma.

No meu aniversário, em março, ela me mandou um cartão que eu não respondi. Não sei direito o por quê, mas eu fiquei meio envergonhada por ela ter tomado a iniciativa, sei lá, eu sou meio trouxa pra essas coisas.

E eu sempre pensava nela, no que ela estava fazendo, perguntava pra uma amiga em comum como ela estava. Até que uma hora eu decidi largar a mão de ser viadinha e escrevi pra ela.

O que passou de ruim passou faz muito tempo e eu escrevi um e-mail falando que eu estava com saudades. E hoje chegou a resposta.

Parecia que eu estava vendo a minha amiga com aquela risada dela me contando as novidades, que agora tem peitos e continua no mesmo emprego.

E eu fiquei muito feliz, muito mesmo.

Na verdade, eu já não lembro o que ela me falou que me deixou tão revoltada. Lembro o que eu falei mas espero que isso não importe pra ela também. Foi uma coisa de momento que infelizmente deixamos estender por mais tempo do que deveria.

É bom recuperar coisas que você um dia teve certeza de que estava perdidas.

terça-feira, outubro 28, 2003

Eu queria falar tudo.

Que hoje eu pensei tanto que a cabeça até doeu. Que eu quero descobrir como é beijar alguém com piercing no lábio. Que de repente quando eu estava voltando pra casa alguém me voltou à mente e me assustou porque fazia tanto tempo que eu não lembrava de tudo aquilo com tanto detalhe e isso ainda é ruim.

Que meu salário está atrasado duas semanas e não tem ambiente bom de trabalho que resista a isso. Que estou entendendo coisas sobre a minha vida, minha personalidade e minhas escolhas que estão me assustando. Que eu estou com saudade de muita gente, de muitos amigos, de uns que eu nem conheço pessoalmente ainda mas fazem falta mesmo assim.

Queria dizer que não existe alegria eterna nem tristeza que dure para sempre. É tudo muito rápido, passa muito rápido e quando você vê você já está no chão ou nas alturas, sem entender direito como foi parar lá.

Mas prefiro descansar. Meu estômago ainda dói e amanhã começa tudo de novo.

Enquanto isso, observem que eu aderi à moda e agora tenho um fotolog. Merece destaque o momento "o chamado", onde o verdadeiro EU se manifesta através da câmera digital da minha prima Ana Emília, a lesada.

Coisa de família.

segunda-feira, outubro 27, 2003

Eu não tenho medo ou vergonha de errar e assumir.

Eu só não quero fazer isso na hora errada.

domingo, outubro 26, 2003

p-e-r-s-p-e-c-t-i-v-a-s

sábado, outubro 25, 2003

Pessoas que me conhecem de longa data e sabem sobre a minha vida sentimental/sexual ou algo que o valha:

- Professor de Body Combat é um pouquinho demais, não?

quinta-feira, outubro 23, 2003

Não me esqueça por tão pouco nem diga adeus por engano, mas é sempre assim.

quarta-feira, outubro 22, 2003

Como é que é?

Os comunistas estão dominando a mídia?

Jornais do Brasil: Sempre curti Cuba, votei no Lula e sou simpatizante do PT. Tem uma vaga aí pra mim?

terça-feira, outubro 21, 2003

É importante dizer que:

1) A aula de yoga acabou comigo. Me destruiu. Praticamente me desmoralizou. Cheguei achando que eu fosse sair de lá com paz interior e saí sem conseguir andar direito. A felicidade à base de sofrimento? Tou fora, sou preguiçosa pra essas coisas.

2) Acabou minha lua-de-mel com meu emprego. E só.

Desculpe, mas essa eu tinha que colocar aqui. É tão besta, mas tão besta, que me fez GARGALHAR.



Eu não preciso de muito pra dar algumas risadas.

domingo, outubro 19, 2003

Tem coisas que só Pindamonhangaba faz por você

Daí ontem eu e a Débora saímos pra beber aqui em um bar de Pinda, o Montana. Se não fosse a Bruxa Verde (coquetel com absinto), a pina colada (com rum), a companhia dela e as revelações bombásticas de ambas as partes seguidas de gargalhadas um tanto quanto indiscretas, um bicho voador não identificado que entrou dentro do meu sutiã e me fez correr pro banheiro, seria uma merda. O bar só tinha casal, homem feio e tinha um ex da Débora encostado num canto com a namorada, que ficava encarando a gente o tempo todo.

A Débora é uma pessoa muito legal, uma amiga divertida pra caramba e que, assim como eu, só arranja enrosco na vida.

Aí lá pra uma da manhã (duas no horário de verão) a gente se dá por vencida e decide ir embora. De repente a gente ouve dois estalos. Silêncio no bar. Todo mundo de olho arregalado. E como curiosidade é uma dádiva divina, fui ver o que rolava lá fora.

Um milhão de viaturas de polícia, entrando em casas, subindo em cima de telhado, e um cara caído no chão se estrebuchando de dor. Tinha tomado um tiro no pé. E o mais absurdo de tudo era uma "advogada" que estava no bar também falando que conhecia o elemento, que ele cometia barbáries, que ela estava muito feliz por ele ser preso e que ele tinha que morrer no caminho do hospital porque ela era advogada e sabia dos podres dele. E todo mundo ignorando a mulher pra evitar constrangimento.

Tem gente que também poderia ter tomado um tiro no pé só pra largar a mão de ser desagradável.

Enfim, depois do espetáculo, nós fomos pro centro da cidade, onde estavam o meu irmão e mais meia dúzia de gatos-pingados. E só. Meia hora depois e aceitando o fato de que a noite na cidade acabou e que a única opção de diversão rola quando você sai do limite do município, resolvi ir pra casa.

Achando engraçado morar em São Paulo a quatro anos e só ver essas coisas na minha cidade natal, só fui dormir tarde porque tinha começado o horário de verão e prometi pra Débora, quando deixei ela em casa, que a próxima vai ser em outra cidade.

Qualquer uma.

sexta-feira, outubro 17, 2003

(Discussão ideológica numa sexta-feira sem salário ouvindo Zeca Pagodinho ao fundo)

Eu: Desliga isso agora. Pagode é música de bêbado (bêbado chato).
Ele: Ah é? Então tinha que ter rolado um pagode no dia que a gente tomou tequila aqui no trabalho e teu pai veio te buscar aqui bêbada.
Eu: Tem que beber, mas sempre tem que manter a dignidade.

...

Respostas assim tem que ser automáticas para diálogos com Joselitos.



quinta-feira, outubro 16, 2003

É o final dos tempos.

Preparem-se para a hecatombe.

Tomem vacinas.

Estoquem água e comida em casa. Peçam perdão de seus pecados.

...

Entrei na academia de ginástica. Que mais isso pode simbolizar?

quarta-feira, outubro 15, 2003

Então hoje eu acordei mais cedo que o normal pra ir num cliente da agência pra fechar o conteúdo da Intranet deles. Um saco. Empresa desagrável, parecida com a editora que roubou meu sangue durante dez meses no ano passado.

E eu passei o dia lá e fiz tudo que tinha que fazer que era minha responsabilidade mas eu não vivi feliz pra sempre. Saindo de lá passei num salão de beleza pra ver o que eu podia fazer no meu cabelo que eu não quero mais preto. Saí de lá xingando a BICHA LOUCA que me atendeu. Ele falou merdas e olhava com nojo pras minhas madeixas e ouviu delícias da minha pessoa. Não mandei tomar no cu porque seria como desejar bom-dia.

Aí eu fui pro inglês e depois fui pra agência de novo pra resolver um problema. Problema esse que não foi resolvido porque o SISTEMA estava fora do ar. Fiquei uma hora sem fazer nada, peguei uma carona com a Lara e fui pro shopping pagar a fatura do cartão.

Aí eu estava podre. Detonada. Pedindo água. Então decidi me dar ao luxo de voltar pra casa de táxi. Lá lá lá, tudo bem, até que chega a três quarteirões de casa e eu percebo que eu ESQUECI minha pasta na C&A. Com uma parte da minha vida dentro. Voltei pro shopping 32 reais mais pobre e sem nenhum benefício em troca.

Peguei minha pasta de volta e voltei pra casa. Agora eu vou dormir porque, já sabe, coisas podem acontecer.

Mas sabe que tudo isso ficou minimizado por causa de uma mensagenzinha recebida no ICQ?

Hoje vou dormir cansada, mas com sorriso de menininha.

domingo, outubro 12, 2003

Repartição pública

(Fotos tiradas no dia da barbárie da degustação de tequila em pleno ambiente de trabalho)



Essa é a Lara, minha amiga webdesigner que vê espíritos e tem estranhos hábitos alimentares


Essa coisa aí em cima é dono da empresa que eu trabalho e paga o meu salário


Eu, a Lara e a Flávia (minha companheira de body combat que é loira, programadora e extremamente divertida) em momento de decadência


São os pequenos gestos que mostram as boas pessoas

sábado, outubro 11, 2003

Murphy tem o fígado completamente DESOPILADO de tanto rir da minha cara.

quinta-feira, outubro 09, 2003

Coitado do Fred na novela. Nadou, nadou, nadou e morreu na praia.

quarta-feira, outubro 08, 2003

Confissão

Na verdade eu sou americana, negra e atendo pelo nome de Lauryn Hill.

Acho que eu vou começar a acreditar em destino.

Então eu e a Flávia, minha amiga de trabalho, surtamos e fomos fazer uma aula grátis de body combat.

As duas empolgadíssimas, achando tudo lindo e rindo de tudo.

Hoje isso já não tem tanta graça assim. Dói tudo.

Mas é lógico que isso ia acontecer: é o que acontece quando uma pedra decide sair do lugar.

segunda-feira, outubro 06, 2003

Achei que ia tomar uma bronca do meu chefe mas ouvi um pedido de desculpas.

A estagiária de jornalismo, uma gaúcha muito gente boa, foi demitida.

Ele, o chefe, acha que eu sou capaz de fazer o trabalho das duas, tenho capacidade.

Eu passei o dia perto dela, almocei com ela e não tive coragem de olhar nos olhos dela.

Quando ela foi embora eu não estava lá.

Não tem nexo mas me sinto um pouco culpada por isso. E não foi minha culpa, eu não estou podendo tanto assim.

O salário de estagiária dela agora é meu também e eu nem consegui ficar contente.

Se o mundo é cão, eu sou um rato. Antes ela do que eu mas podia ser ninguém.

Minha professora me ajudou a fazer a prova de inglês e vou fazer academia mesmo.

Eu tou terrível quando eu quero, mas acho que, apesar do aumento de salário e ele ter chegado em um nível bacana, hoje foi um dos dias mais desagradáveis vividos nos últimos tempos.

Ela tem 19 anos, está no segundo ano da faculdade e arranja outra coisa fácil, eu sei.

Apesar disso, hoje tive um dos maiores ataques de riso da minha história diante de um computador. Graças a Peposa.

Sei lá, mil coisas.

Hoje só tua presença vai me deixar feliz

Tem dias que eu realmente esqueço você. Que tudo passa fácil e eu tenho outras coisas pra pensar, gente pra me divertir. Mas tem frações de segundos, como agora, que toca a maldita música da banda que eu odeio mas que me lembra você, que me lembra o dia que eu chorei por tua causa e não foi culpa nossa, minha, sua.

Nessas horas volta o seu cheiro e o seu gosto que eu esperei tanto pra sentir. Lembro de abrir os olhos e ver você dormir e eu fui feliz vivendo assim. Feliz por ter desejado, feliz por ter realizado, feliz por sentir saudade. Mas não tinha como ser pra sempre porque eu queria você todo dia e não podia ser todo dia, nem toda semana, não podia ser nunca.

Essa falta de ser culpa de alguém começou me cansar. Então eu queria que você fizesse algo que eu não te perdoasse nunca, que me enojasse, que me desse a certeza que você era um merda mas não acontecia. Você e sua beleza e sua perfeição. Você nunca me deu motivos pra pensar que você não era o que eu precisava. Eu queria fazer alguma coisa, enlouquecer, correr até você e dizer que era loucura, mas que era você o homem da minha vida e mesmo que eu deixasse de te amar qualquer dia desses eu iria querer sempre que as pessoas, os amores, os confidentes, fossem sempre como você. Porque você mudou tudo desde o dia que eu ouvi a sua voz. Coisa de adolescente. Esperar a hora única e certa. Saber que não tinha como ser diferente, não tinha como não sentir, como aliviar e doer tanto. Não tinha como não amar você e sua inteligência e seu humor e sua estupidez tão parecida com a minha. E eu queria tudo isso mas eu nunca soube o que você queria e até hoje eu não sei.

Doente, esse amor.

Deveria ser fácil entender de uma vez por todas que não é pra ser e esquecer de uma vez. Ficar imune à lembrança de onde a distância era mínima e não dava pra saber onde terminava minha pele e começava a sua.

Eu sei que vai passar e que eu sou um poço de inconstância, que eternidade é tempo demais e o verão está chegando, que um dia eu vou lembrar de você e não vou fechar os olhos tentando te espantar, e que um dia algum desses tantos amores que aparecem por aí e passam vai ser de verdade, de verdade como você foi e insiste em ser. Mas enquanto isso não acontece e você continua aqui perto, atrás de mim no espelho, o teu cheiro continua na minha roupa, e nada e nem ninguém consegue ser tão encantador nem tão assustador como você.

Quando pensamos que sabemos todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.

Nesse fim-de-semana, no qual foi comemorado o aniversário de MAMÃE, eu estava alegremente em casa quando vi um vídeo da época que eu tinha DEZESSETE anos.

ESQUELÉTICA, eu. De dar medo até. Eu não entendo como eu conseguia atrair qualquer ser do sexo oposto com aquele pescoço cheio de ossinhos. Mórbido.

Só que aí eu comecei da perguntar de onde eu tirei a idéia de que meu cabelo, na adolescência, era FEIO. Sedosão, eu disse SEDOSO, compridão, sem ponta. Do jeito que eu sempre quis que ele fosse, ele era. Era loiro, mas eu prefiro a cor atual. Mas porra, olha o tamanho.

Por isso que adolescente é uma merda. 0% de credibilidade.

quarta-feira, outubro 01, 2003

Eu tenho uma tia. Tenho outras, mas essa é a mais próxima. Todo mundo diz que somos muito parecidas embora eu não ache. Ela é tão frágil e tão pequena (menor do que eu), mas em certas horas demonstra ter uma força que até assusta.

Então um dia a barriga dela começou a crescer e foi diagnosticado hérnia de hiato (o ar estava entrando no estômago de uma forma descomunal) e decidiram então operar, essas coisas. Então ela foi, fez a cirurgia e todo mundo achou que ia ficar tudo bem.

Mas depois da cirurgia, a suspeita: tinha alguma coisa estranha e havia um sério risco de ser câncer.

Então eu passei duas semanas tentando ser otimista, dizendo com uma certeza que eu não tinha que não era nada do que a gente tinha medo e que ia ficar tudo bem. Mas toda vez que eu lembrava dela, do rosto dela, me dava um frio na barriga, um medo, uma coisa ruim. Aquela sensação de que existem coisas que a gente não pode controlar por mais que esse seja o nosso desejo.

Logo que eu cheguei em casa hoje, liguei para o meu pai. Ele perguntou se eu já sabia da minha tia, irmã dele. Parei de respirar.

Nada maligno detectado na biópsia.

Chorei como uma criança, como a muito tempo eu não chorava.

Alívio, felicidade. Lembrei das minhas primas, do meu pai, da minha avó que já sentiu a dor de perder uma filha da forma mais brutal possível.

Telefonei pra ela só pra dizer que eu a amava. Eu sempre disse isso pra ela, eu tenho o abençoado hábito de dizer isso para as pessoas que eu amo sempre, mas hoje eu tinha que dizer mais do que nunca. Porque eu senti junto com ela o medo, junto com ela eu acreditei que tudo ia dar certo, e, pelo menos um pouquinho, hoje eu nasci de novo junto com ela.

Então eu também pensei que, mesmo que você esteja preocupada se você vai ter dinheiro pra entrar na ginástica, achar que não vai conseguir cumprir um prazo no trabalho e se aquele cara vai ou não vai ligar e coisas como essas façam parte da vida, eu, ela, todo mundo, por mais frágil e vulnerável que a gente seja, a gente é muito maior do que isso.

Porque o importante são as relações: a amizade, a cumplicidade, a paixão, o amor. O resto a gente ganha e perde toda hora, isso faz da gente peças de um jogo sem regras.

É pelo medo, pelo prazer, pela alegria, pela angústia e pela eterna mania humana de ter esperança que tem graça tudo isso aqui.