Eu tenho um muralzão de fotos aqui do lado do meu computador. Antes eram só fotos, mesmo, mas agora tem o presente que eu ganhei da minha amiga Renata, a frase que eu gosto de dizer sempre na hora de acordar, enfim. Mas as fotos continuam aqui.
As vezes eu passo dias olhando só pra uma, nem presto atenção nas outras. Hoje, fico olhando só pro dono do sorriso mais bonito que eu já vi na vida, foto tirada na minha última festa de aniversário. E eu sinto saudade dele, do dono do sorriso, porque ele fazia eu me sentir bem e as noites perto dele eram sempre as melhores.
Tem aquela outra, bem no meio do mural, que está sendo segurada por um imã de coração. A que eu me sinto mais bonita e eu não sei disfarçar e parece que está escrito na minha testa "oi, acabei de te conhecer mas eu amo você". E ele, lindo e com aqueles olhos e tal. Mas as vezes fico dias sem olhar pra ele, já deixei semanas virada de costas, branca. Mas aí eu desviro e ele está lá sorrindo com aquela cara de "sua boba, não adianta, você me adora".
Tem também a do meu amigo, o mais amado que simplesmente desaparece, aí volta e faz drama e diz que eu não amo mais ele e blá blá blá. O cara mais legal do mundo e uma das poucas que podem me arruinar.
Aí tem de vários amigos também, milhões dos meus irmãos, da mamãe e do babai. Dos amigos que moram longe, no sul, em Fortaleza ou no Guarujá. Pessoas que eu conheci nos meus milhões de empregos pela vida afora. Gente que pisou na bola e eu nem falo mais mas estão aqui.
Mas também falta muita gente, sabe? A leva de amigos novos que apareceram nos últimos tempos, meu moço querido, aquela que eu tirei em Ilhabela que eu nem revelei ainda mais eu sei que vai ficar massa. Essas fotos são legais, elas sorriem pra mim e algumas fazem cara feia quando eu faço alguma merda, o que não é uma coisa muito rara de acontecer.
Mas o mais engraçado de tudo é ver como meu cabelo mudou em 22 anos e 6 meses de vida na Terra. Praticamente uma Elke Maravilha.