segunda-feira, março 31, 2003

Talvez fosse melhor que você ficasse totalmente em silêncio, até quando fosse atender o telefone. Talvez devesse não digitar tão rápido também e deletar tantas coisas, e parar de imaginar o botão ctrl+z depois de fazer uma besteira.

Você deveria ficar quieta quando está com raiva, você sabe, você começa a falar que está com raiva e quando vê está chorando. E você sabe, todos sabem, você odeia chorar. Chorar dá sono, chorar dá saudade daquilo e passou e do que nunca vai acontecer.

Talvez você devesse pegar aquela esquina e botar fogo nela e em todo mundo que está nela, hoje e naquele dia. Talvez você devesse querer o mundo e não apenas uma pessoa que te consome inteira, rápido e quente.

Você é um palito de fósforo vagabundo.

Talvez você devesse sair dançando por aí e cantando com sua voz desafinada e ficasse feliz porque amanhã vai ser melhor do que hoje.

- Mas você é terrível. Uma chata.

Eu sei. Mas agora está vazio, o quarto, o coração, a memória do computador. E o sono está demais, o cansaço, o desânimo.

Ele, você, quem realmente importa, estão longe e eu não consigo me concentrar. Essas vozes não me deixam descansar e elas não estão mortas, eu não estou louca.

Porque a tua voz, a voz dele, fica aqui falando comigo o tempo todo. Tudo aqui é tridimensional, a tua foto é, porque você de repente pula pra fora e fica saltando e batendo os pés na parede e eu falo pra você parar porque vai sujar tudo e o bebê está dormindo.

Agora vou falar de você.

Você poderia simplesmente desaparecer.

- Mas eu estou aqui, longe.

Você poderia parar de sorrir pra mim.

- Mas eu grito com você e você não escuta.

Você poderia morrer, então, meu amor.

- Mas eu estou morto. Eu existo apenas naquele bar, na tua memória, nada mais existiu porque eu não existo mais.

(Silêncio)

A cerveja está gelada?

- Mas você não gosta de cerveja.

E eu não deveria estar falando com você. Você morreu e eu não acredito em reencarnação.

...

Estou de ressaca. Pensando em como eu deveria agir agora que o fogo apagou, mas sabendo que a ressaca é grande e eu não tenho mais forças pra mudar de rumo.

- Me espere, meu amor. Eu vou com você. Mesmo que você não me leve.

Céus, como você é chato.

domingo, março 30, 2003

Eu sou uma pessoa muito, muito má.

Bailes de formatura não precisam ter vestidos longos e valsa e todas aquelas coisas.

Eu e a minha irmã fizemos o meu.

Pode não ter tido toda aquela cerimônia e pode não ter sido tão bom também.

Mas foi deveras divertido, e a minha dança de formanda me dava boas-vindas à selva.

sexta-feira, março 28, 2003



Certas vezes, campanhas úteis afloram na Internet.

quarta-feira, março 26, 2003

Meu dia cheio de negativas ficou bem melhor.

Eu não preciso de muito para ser uma pessoa feliz.

terça-feira, março 25, 2003

Antes que alguém me pergunte:

Não.

Eu não vou no meu baile de formatura. Não tem mais mesa pra quem não teve como gastar uma grana inexistente.

E não, também não quero mais tocar no assunto.

Obrigada.

domingo, março 23, 2003

Ahá!


Colação de grau da Carol - ou - Agora já foi.




Mamãe, Carol e irmã


Fabinho, eu e Cris aquecendo os motores para o evento


Uh: Cantando o hino nacional


Responsabilidade: Fazer o juramento na frente de todo mundo e prometer que serei uma jornalista fodona


Dani, amigona do coração


Eu e a Vanessa numa das nossas milhares de poses


Jean, Cris, Vanessa, eu, Dani e Ana, exibindo ao mundo a nossa nota no TCC: sim, o mais fodão. Faltou a Fran.


A turma de jornalismo, desunida pra caramba, mas vai deixar saudades mesmo assim


Momento família: babai, mamãe, irmã e Carolina Marcondes, jornalista

sábado, março 22, 2003

Eu queria escrever um milhão de coisas aqui agora hoje. Queria falar que eu estou incomodada mas eu não sei explicar por quê.

Queria que pessoas que estão longe estivessem perto e outras que também estão longe sumissem logo de uma vez.

Que desaparecessem.

Assisti um filme bacana hoje, chama-se K-Pax.

Todas essas pessoas poderiam ir pra lá.

sexta-feira, março 21, 2003

Preciso de um emprego.

Preciso de um emprego.

Preciso de um emprego.

Outro frila na Abril é legal.

Mas não é emprego.

Preciso de um emprego.

quarta-feira, março 19, 2003

Olhe para o seu relógio. Está na hora da guerra começar.

Por isso, transcrevo aqui um artigo do Paulo Coelho, enviado pra lista pelo Malta. Eu não vou com a cara dele (do Paulo Coelho), já fui, mas faço minhas as palavras dele, então.

Folha de São Paulo dia 8 de março de 2003
Obrigado, presidente Bush - Paulo Coelho


Obrigado, grande líder George W. Bush. Obrigado por mostrar a todos o perigo que Saddam Hussein representa. Talvez muitos de nós tivéssemos esquecido de que ele utilizou armas químicas contra seu povo, contra os curdos, contra os iranianos. Hussein é um ditador sanguinário, uma das mais claras expressões do mal hoje.

Entretanto essa não é a única razão pela qual estou lhe agradecendo. Nos dois primeiros meses de 2003, o sr. foi capaz de mostrar muitas coisas importantes ao mundo, e por isso merece minha gratidão. Assim, recordando um poema que aprendi na infância, quero lhe dizer obrigado.

Obrigado por mostrar a todos que o povo turco e seu Parlamento não estão à venda, nem por 26 bilhões de dólares. Obrigado por revelar ao mundo o gigantesco abismo que existe entre a decisão dos governantes e os desejos do povo. Por deixar claro que tanto José María Aznar como Tony Blair não dão a mínima importância e não têm nenhum respeito pelos votos que receberam. Aznar é capaz de ignorar que 90% dos espanhóis estão contra a guerra, e Blair não se importa com a maior manifestação pública na Inglaterra nestes 30 anos mais recentes. Obrigado porque sua perseverança forçou Blair a ir ao Parlamento com um dossiê falsificado, escrito por um estudante há dez anos, e apresentar isso como "provas contundentes recolhidas pelo serviço secreto britânico".

Obrigado por fazer com que Colin Powell se expusesse ao ridículo, mostrando ao Conselho de Segurança da ONU algumas fotos que, uma semana depois, foram publicamente contestadas por Hans Blix, o inspetor responsável pelo desarmamento do Iraque. Obrigado porque sua posição fez com que o ministro de Relações Exteriores da França, sr. Dominique de Villepin, em seu discurso contra a guerra, tivesse a honra de ser aplaudido no plenário, honra que, pelo que eu saiba, só tinha acontecido uma vez na história da ONU, por ocasião de um discurso de Nelson Mandela. Obrigado porque, graças aos seus esforços pela guerra, pela primeira vez as nações árabes, geralmente divididas, foram unânimes em condenar uma invasão, durante encontro no Cairo. Obrigado porque, graças à sua retórica afirmando que "a ONU tem uma chance de mostrar sua relevância", mesmo países mais relutantes terminaram tomando posição contra um ataque.

Obrigado por sua política exterior ter feito o ministro de Relações Exteriores da Inglaterra, Jack Straw, declarar em pleno século 21 que "uma guerra pode ter justificativas morais" e, ao declarar isso, perder toda a credibilidade. Obrigado por tentar dividir uma Europa que luta pela sua unificação; isso foi um alerta que não será ignorado. Obrigado por ter conseguido o que poucos conseguiram neste século: unir milhões de pessoas, em todos os continentes, lutando pela mesma idéia, embora essa idéia seja oposta à sua.

Obrigado por nos fazer de novo sentir que, mesmo que nossas palavras não sejam ouvidas, elas pelo menos são pronunciadas, e isso nos dará mais força no futuro.

Obrigado por nos ignorar, por marginalizar todos aqueles que tomaram uma atitude contra sua decisão, pois é dos excluídos o futuro da Terra. Obrigado porque, sem o sr., não teríamos conhecido nossa capacidade de mobilização. Talvez ela não sirva para nada no presente, mas será útil mais adiante.

Agora que os tambores da guerra parecem soar de maneira irreversível, quero fazer minhas as palavras de um antigo rei europeu a um invasor: "Que sua manhã seja linda, que o sol brilhe nas armaduras de seus soldados, porque durante a tarde eu o derrotarei".

Obrigado por permitir a todos nós, um exército de anônimos que passeiam pelas ruas tentando parar um processo já em marcha, tomarmos conhecimento do que é a sensação de impotência, aprendermos a lidar com ela e a transformá-la. Portanto, aproveite sua manhã e o que ela ainda pode trazer de glória. Obrigado porque não nos escutastes e não nos levaste a sério. Pois saiba que nós o escutamos e não esqueceremos suas palavras.

Obrigado, grande líder George W. Bush. Muito obrigado.

Foi uma noite legal.

Ver todas aquelas pessoas que formavam uma classe, que discutiam tanto e agora tanto faz, os velhos amigos, os abraços de sempre, agora com um pouquinho mais de saudade.

A mão vermelha de tanto aplaudir. Olha, agora é de verdade.

Fazer o juramento do jornalista, lá no palco, aquelas palavras que sabe-se lá quando vão se perder.

A Skol, hoje, teve gosto de saudade.

Acho que o principal a dizer agora é que, apesar de tudo, ainda vale a pena amar você.

segunda-feira, março 17, 2003

Eu estava me queixando, dia desses, do fato de que eu não achava nenhum, eu disse NENHUM vestido para a minha colação de grau, que vai ser amanhã.

Rodei 850 lojas da capital paulista e o único que não era amassado (coisa que eu acho bisonho demais, Jesus) e nem do tipo que definitivamente não era a minha cara custava 790 reais, quantia que o babai não aceitaria em hipótese alguma e não vale mesmo. Sabem, estou desempregada.

Aí eu vim pra Pindamonhangaba e também rodei. Todas as lojas (e vocês acham que são poucas?) e nada.

Na minha última tentativa, achei: o vestido mais minha cara que eu já vi. Lindo, lindo, lindo. Todo de mulherzinha.

Isso mesmo: quem quiser me ver toda linda e toda Pati, dá uma passadinha na Unisa amanhã.

E olha que Carol desse jeito, definitivamente, não é todo dia.

Amanhã será um dia legal, enfim.

domingo, março 16, 2003

Eu deveria estar acostumada com isso. Afinal, já faz tanto tempo que acontece.

Mas sempre dói. Sempre dá uma coisa.

Porque eu queria estar perto e se eu estivesse perto só isso bastar.

Mas tem tanta coisa, tanta gente, tanta situação, tanto mar, tanto mar...

Por isso que dói. E vai ser sempre assim.

Hoje fui visitar a minha amiga Agnes, que parece que vai ter o bebê daqui a cinco minutos.

Ela está linda, feliz, e me deixou feliz também.

Porque é bom a gente ver que, algumas vezes, as coisas voltam exatamente ao lugar de onde pararam, a conversa com a pessoa, mesmo depois de seis anos (em que aconteceu de tudo), flui normalmente, a gente descobre que a pessoa mudou e isso em muito agrada, porque parar no tempo não pode e evoluir é o que comanda.

E melhor ainda é descobrir que os tempos passados foram ótimos, mas que o presente é ainda melhor.

sexta-feira, março 14, 2003

Observação

Minha vida é uma baixaria.

quinta-feira, março 13, 2003

Você me mata de susto. Você me mata de agonia.

Você me destrói.

Você me faz chorar e sorrir e ter medo e ficar pensando em coisas boas.

Você é peça fundamental do meu metabolismo.

Você é o homem da minha vida.

Sem itálico.

quarta-feira, março 12, 2003

Eu juro que eu até estava de boa vontade.

Afinal, eu estou sem emprego e o trabalho parecia interessante.

Mas vocês sabem onde fica a Granja Viana? Pega aquele autorama chamado Raposo Tavares e sai andando.

E aí começou a chover e a porra da "rua" é de terra.

BARRÃO.

E vocês sabem, eu amo o Fidel e o Fidel é um ponto zero. E tinha uma coisa no meio da "rua" que parecia que não tinha fundo a coisa e chovia muito.

Então tá. Fiz a manobra e voltei pra casa. Aqui é longe mas é asfalto.

Isso não é vida pra ninguém. Vou dar um pulo na cozinha fazer um estrogonoff que é muito mais saudável.

terça-feira, março 11, 2003

São quase duas da manhã e eu acabei de fazer uma senhora faxina na cozinha de casa.

Tá tudo limpinho: fogão, pia, chão, armário, geladeira (inclusive por dentro). Joguei um monte de coisa fora e tenho certeza de que meu pai vai realmente se assustar amanhã de manhã.

Não, não estou doente e não estou usando drogas.

Mas esse post não era pra falar disso. Era pra falar que hoje é um dos dias mais esperados por mim nos últimos 18 meses. A Tatiana, minha melhor amiga, conseguiu uma vitória maravilhosa hoje. E, por consequencia, foi uma vitória pra mim também.

Virou doutora, ela.

Eu amo essa garota.

sábado, março 08, 2003

Fotinhas da Carol's Party 2003


Meus irmãos Samuel e Maria Alice



Meus amigões de Jacuzzi, Angela e Alexandre



Eu e o Samuel em momento de alegria



Rodrigo e Emerson, amigos "dazantiga"



Eu, a Cris e a Vanessa



Foi a primeira balada da minha irmã aqui em São Paulo



Emerson e Vanessa, já visivelmente alterados, fazem pose para as três camêras que viam no momento



Carol tenta, sem sucesso, colocar um chapéuzinho cheio de homens pelados (presente da Angela) na cabeça do Rodrigo. Mas valeu a tentativa


É, até que foi bem divertido.


sexta-feira, março 07, 2003

"Quem sabe eu ainda sou uma garotinha..."

Que ainda morre de medo de pegar o telefone e ligar para uma pessoa que poderia fazer dessa noite chuvosa de sexta-feira uma coisa mais agradável.

Eu estou aqui sozinha, acompanhada dessa insegurança que não me abandona de jeito nenhum.

No fundo, eu sei que eu estou apenas esperando.

quinta-feira, março 06, 2003

Meu pai está fugindo de casa.

Arranjou um emprego bem mais bacana em Niterói e vai se mudar pra lá, vai morar com o meu irmão Samuel.

Então agora, além de precisar urgentemente de um trabalho novo (tenho uma entrevista amanhã em Diadema), preciso também de um lugar pra morar.

E olha que coisa: eu começo a pensar nisso e dou risada.

Terrível, não?

quarta-feira, março 05, 2003

Então Angra dos Reis é uma delícia, as praias são as mais bonitas que eu já vi e agora eu tenho 22 anos.

Claro que não pulei carnaval, nem senti falta, mas me diverti bastante com minha família. Tive, obviamente, crises de stress, fiz um passeio de barco perfeito, conheci pessoas legais, tive ataques absurdos de riso, enfim, dias definitivamente com a minha cara.

O mar é a minha cara.

E eu pensei em muita coisa. Pensei em tudo aquilo que eu não quero.

O que eu quero é outra história.

Enfim, tive um carnaval ótimo, comemorei meu aniversário com as pessoas que realmente importam pra mim e saí de lá cheia de planos e muito mais confiante de que, agora sim, as coisas vão dar certo.